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17-03-2015

Universidade de Aveiro alerta para risco grave de perdas patrimoniais no Buçaco. Investigação do Departamento de Engenharia Civil em foco no Seminário sobre Património Edificado do Buçaco.



Os 32 edifícios do conjunto monumental da Via-Sacra da Mata do Buçaco precisam de obras urgentes de reabilitação sob o risco de degradação irreparável.

O alerta do Departamento de Engenharia Civil (DECivil) da Universidade de Aveiro (UA) acentua que, para além da própria degradação dos edifícios construídos pela Ordem dos Carmelitas Descalços a partir do início do século XVII, nove dos edifícios se encontram em zonas de perigo de queda de árvores e 23 podem sofrer graves consequências derivadas do escoamento das águas da chuva. O trabalho de análise dos riscos da Via-Sacra do Buçaco, vai ser apresentado publicamente a 27 de Março no Palace Hotel do Buçaco.

A morfologia do solo e o perigo de queda de árvores são mesmo os grandes riscos que podem trazer consequências graves e irreparáveis para o conjunto monumental da Via-Sacra daquela Mata Nacional. Construídos essencialmente de materiais cerâmicos, argamassas de cal e cortiça, sem uma intervenção urgente, os frágeis edifícios podem ser afetados gravemente. “Os edifícios carecem de acções de reabilitação e de manutenção urgentes sem as quais a degradação se pode acentuar de forma irreversível”, alerta Ana Velosa, coordenadora do trabalho e investigadora do RISCO, a recém-criada unidade de investigação do DECivil que tem como objetivo estudar e avaliar os riscos e a sustentabilidade na construção, incluindo a conservação do património construído. “Nove dos edifícios encontram-se em zonas de perigo de queda de árvores e apenas dois dos trinta e dois edifícios monumentais estão localizados em áreas com declive inferior a 20 por cento. Todos os outros estão em terrenos com declive que varia entre 20 a 60 por cento”, acrescenta Rui Veiga, estudante de Engenharia Civil na UA e autor da Tese de Mestrado que faz a análise dos riscos da Via-Sacra do Buçaco e cujas conclusões, orientadas pelos investigadores Ana Velosa e Luís Mariz, do DECivil, vão ser apresentadas durante o Seminário.

Se uma queda de árvore nos edifícios expostos a esse risco “pode destruir coberturas e paredes, causando degradação acelerada dos edificados devido, por exemplo, à entrada de água e colonização biológica”, os declives entre os 20 e os 60 por cento nos terrenos onde foram construídos grande parte dos edifícios “acentuam a presença de água em algumas empenas (paredes laterais de um edifício), potenciando a sua degradação”. Em caso de chuvas fortes e transporte de sedimentos “os declives trazem riscos acrescidos” são também conclusões do trabalho.

A especialista na reabilitação de edifícios antigos, no entanto, lembra que “os declives são um problema menor para a Via-Sacra face à possibilidade da massiva queda de árvores por acção de ciclones” tal como aconteceu com a passagem do Gong que, em 2013, devastou cerca de 40 por cento da Mata e afetou severamente, devido à queda de árvores, algumas capelas e ermidas da Via-Sacra. Um fenómeno meteorológico que, alerta Ana Velosa, “pode voltar a acontecer”.

O trabalho da UA que enumera e caracteriza dos ‘inimigos’ da Via-Sacra aponta também para a exposição dos edifícios ao vento. “Praticamente todos os edifícios encontram-se expostos a norte, noroeste e nordeste que, para além do facto de não receberem muita insolação durante todo o ano, criando condições para o aparecimento de manchas de humidade e de ataques bacteriológicos, estão também todos mais suscetíveis de sofrerem danos através dos ventos fortes oriundos de norte e noroeste que se fazem sentir na Mata Nacional do Buçaco”, são conclusões do trabalho efetuado. Para além disso, “todos os edifícios estão também localizados em zonas de elevado perigo de incêndio assim como de invasão vegetal”.

Para diminuir os riscos para os edifícios, “é necessário proceder a ações de reabilitação e manutenção dos edifícios de forma a inibir a degradação acentuada proporcionada pela queda de árvores e consequentes estragos nas coberturas e paredes”. Estas intervenções, aponta Ana Velosa, “incluem a reconstituição de coberturas e paredes, o revestimento de paredes e a colocação de elementos de proteção nos vãos”.

A investigação do DECivil vai ser discutida durante o I Seminário sobre Património Edificado do Buçaco. Organizado pela Fundação Mata do Buçaco, pela UA e pela Câmara Municipal da Mealhada, o encontro pretende marcar um momento decisivo para as ações de salvaguarda e proteção do Património Edificado do Deserto dos Carmelitas Descalços do Buçaco.

O seminário decorrerá durante todo o dia de 27 de Março no monumental Palace Hotel do Buçaco e vai reunir grandes especialistas dos materiais usados nas construções do Buçaco e eminentes investigadores da História, do Património Arquitetónico e Paisagístico do Buçaco.


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